segunda-feira, 18 de junho de 2012

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 ALCOOLISMO NA ADOLESCÊNCIA

Alcoolismo nunca foi problema exclusivo dos adultos. Pode também acometer os adolescentes. Hoje, no Brasil, causa grande preocupação o fato de os jovens começarem a beber cada vez mais cedo e as meninas, a beber tanto ou mais que os meninos. Pior, ainda, é que certamente parte deles conviverá com a dependência do álcool no futuro.
Para essa reviravolta em relação ao uso de álcool entre os adolescentes, que ocorreu bruscamente de uma geração para outra, concorreram diversos fatores de risco. O primeiro é que o consumo de bebida alcoólica é aceito e até estimulado pela sociedade. Pais que entram em pânico quando descobrem que o filho ou a filha fumou maconha ou tomou um comprimido de ecstasy numa festa, acham normal que eles bebam porque, afinal, todos bebem.
Sem desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida – o álcool reduz o nível de ansiedade e algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo, a pressão do grupo de amigos, o sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool, a ausência de limites sociais colaboram para que o primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo.
Não é raro o problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de permitir ou não que o adolescente faça uso do álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão vangloriando-se de serem capazes de beber uma garrafa de uísque ou dez cervejas num final de semana.
Não se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que o metabolismo das pessoas mais jovens faz com que seus efeitos sejam potencializados. Não se pode esquecer também de que ele é responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos deles fatais, a que se expõem os usuários.
O uso frequente do álcool na adolescência produz danos ao cérebro, afetando a memória e prejudicando a aprendizagem, além de favorecer o desenvolvimento de problemas familiares, com violência inclusive, e de uma vida sexual promíscua - o que se tornou um comportamento de alto risco na era da AIDS. O problema é que na adolescência ocorre a fase de construção da identidade. Portanto, é particularmente ruim que nessa idade o indivíduo se habitue a experimentar situações específicas sobre o efeito do álcool: festas, praias, namoros, relações sexuais ou afetivas. Assim, criam-se associações entre o uso de bebidas e as sensações de prazer, de modo que o consumo alcoólico vai se tornando freqüente, o que abre caminho à dependência, que pode ser tanto física quanto psicológica. Segundo os especialistas, a dependência decorre, entre vários fatores, de o álcool ser uma droga que proporciona simultaneamente reforços positivos (desperta sensações de prazer) e negativos (alivia sensações de desprazer). É comum, por exemplo, os dependentes combaterem os efeitos desagradáveis da ressaca começando a beber novamente. O fenômeno da dependência está associado ao da tolerância, isto é, a necessidade de se ingerir mais rapidamente quantidades cada vez maiores de álcool para se chegar ao estado de embriaguez. Desse modo, em vez de ficar "alto" passa-se logo ao "chapado". A partir daí, os efeitos da bebida podem ser devastadores tanto no nível social, quanto no psicofisiológico.
Estudos apontam alguns sinais de alerta, para os quais é bom estar ligado:
  • Ficar de pileque em toda festa a que você vai;
  • Sentir falta do álcool em situações sociais ligadas ao prazer;
  • O fato de os outros repararem que você está se excedendo com frequência;
  • Ingerir bebidas alcoólicas pela manhã;
  • Arrepender-se frequentemente do que fez quando bêbado;
  • Sentir frequentemente culpa por ter bebido;
  • Já ter-se prometido beber menos e não conseguir;
  • Esquecer-se do que fez na noite anterior, mesmo que os amigos lhe digam que você não apagou.
Sendo assim, é importante que o adolescente entenda e raciocine sobre os riscos e prejuízos do álcool nesta fase da vida, para evitar danos irreversíveis na fase adulta.

Fontes:

Equipe de Odontologia da EEFMT Profª Dagmar Ribas Trindade
Dr. Fábio Augusto Baságlia
(CRO-SP: 47327)

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