terça-feira, 1 de março de 2011

Dicas para o professor do portador de deficiência visual

Ao adaptar recursos didáticos para facilitar o aprendizado de alunos com deficiência, o professor acaba beneficiando todos os alunos.

Dicas para o professor do portador de deficiência visual:

  •  Ler o que está escrito na lousa;

  • Sempre que possível, passar a mesma lição para ele que foi dada para a classe;
  • Buscar o apoio do professor especializado, que ensinará à criança o sistema braille e acompanhará o processo de aprendizagem;
  • Os demais estudantes e professores devem ter o cuidado de não criarem baixas expectativas em relação ao aluno portador de deficiência visual, apenas com base na deficiência;
  • A mobilização de recursos pedagógicos para o aluno com deficiência deve ser considerada um direito dele;
  • O apoio ao aluno com deficiência deve ser considerado de responsabilidade de todos;
  • Disponibilizar com antecedência os textos e livros para o curso, considerando que a transcrição deste para formatos alternativos (por exemplo, a transcrição de textos para áudio, braille ou disquete) demanda tempo adicional;
  • Se possível, o material de estudo deverá ser fornecido sob a forma de textos ampliados, textos em braille, textos e aulas gravadas em áudio ou em disquete, de acordo com as necessidades do aluno e a possibilidade da escola. O aluno poderá, ainda, precisar utilizar auxílios ópticos e equipamento informático adaptado, assim como apoio para trabalho de laboratório e do pessoal da biblioteca;
  • Durante as aulas, é útil identificar os conteúdos de uma figura e descrever a imagem e a sua posição relativa a itens importantes;
  • Substituir os gráficos, fluxogramas e tabelas por outras questões ou utilizar gráficos simples em relevo;
  • Transcrever para braille as provas e outros materiais;
  • Possibilitar usar formas alternativas nas provas: o aluno pode ler o que escreveu em braille; fazer gravação em CD ou escrever com tipos ampliados;
  • Ampliar o tempo disponível para a realização das provas;
  • Evitar dar um exame diferente, pois isso pode ser considerado discriminatório e dificulta a avaliação comparativa com os outros estudantes;
  • Ajudar só na medida do necessário;
  • O professor deve ter um comportamento o mais natural possível, não devendo super proteger o aluno, ou pelo contrário, ignorá-lo. 

Como o aluno deficiente visual aprende matemática?

O aluno com deficiência visual tem as mesmas condições para aprender matemática que uma criança não deficiente. Porém, é preciso que o professor adapte as representações gráficas e os recursos didáticos que vai utilizar.
Para ensinar matemática, o instrumento mais utilizado é o ábaco (ou sorobã) que é de origem japonesa. Seu manuseio é fácil e pode ajudar também os alunos que enxergam, pois ele concretiza as operações matemáticas. Outra técnica complementar que pode ser utilizada com bons resultados é o cálculo mental, que deve ser estimulado desde o início da aprendizagem e que será útil, posteriormente, quando o aluno estudar álgebra.
É importante ressaltar que, ao adaptar recursos didáticos para facilitar o aprendizado de alunos com deficiência, o professor acaba beneficiando todos os alunos, pois recorre a materiais concretos, que facilitam a compreensão dos conceitos. 

Que recursos a área da Informática traz para o aluno portador de deficiência visual? 

Existem diversas ferramentas computacionais disponíveis no mercado, como softwares que ampliam o tamanho das letras ou o próprio texto? circuitos fechados de televisão? e softwares com sintetizadores de voz, que lêem o que está na tela do computador, por exemplo: o Kit SACI 1, o DOSVOX, Virtual Vision, Jaws e Digalo.
Há também impressoras especiais, que imprimem em braille, para uso individual ou para a produção de livros em grande escala.  

Qual é o papel do professor do deficiente auditivo? 

Compete ao professor desenvolver o processo de aprendizagem com o aluno surdo adotando a mesma proposta curricular do ensino regular, com adaptações que possibilitem:
  • o acesso ao conteúdo, utilizando sistemas de comunicação alternativos, como a Língua Brasileira de Sinais, a mímica, o desenho, a expressão corporal;
  • a utilização de técnicas, procedimentos e instrumentos de avaliação compatíveis com as necessidades do aluno surdo, sem alterar os objetivos da avaliação, como, por exemplo, maior valorização do conteúdo em detrimento da forma da mensagem expressa;
  • a supressão de atividades que não possam ser alcançadas pelo aluno surdo devido a sua deficiência, substituindo-as por outras mais acessíveis, significativas e básicas. Por exemplo: O ditado, cujo objetivo para os alunos ouvintes é verificar a ortografia das palavras, para o surdo transforma-se em teste de leitura labial. Porém, não se justifica a eliminação de conteúdos curriculares. 

Sugestões de apoio ao aluno com deficiência auditiva
  • Os alunos com deficiências auditivas devem ficar sempre na primeira fila na sala de aulas. Se possível, o aluno deve utilizar um recurso acústico (Prótese Auditiva e/ou Sistema de FM), para amplificar o som da sala;
  • Há alunos que conseguem ler os movimentos dos lábios. Assim, o professor e os colegas devem falar o mais claramente possível, evitando voltar-se de costas enquanto fala. É extremamente difícil para estes alunos anotarem nas aulas, durante a exposição oral da matéria, principalmente aqueles que fazem leitura labial enquanto o professor fala;
  • É sempre útil fornecer uma cópia dos textos com antecedência, assim como uma lista da terminologia técnica utilizada na disciplina, para o aluno tomar conhecimento das palavras e do conteúdo da aula a ser lecionada. Pode também justificar-se a utilização de um intérprete que faça uso da linguagem brasileira de sinais;
  • Este estudante poderá necessitar de tempo extra para responder aos testes;
  • O professor deve falar com naturalidade e clareza, não exagerando no tom de voz;
  • O professor deve evitar estar em frente à janela ou outras fontes de luz, pois o reflexo pode obstruir a visão;
  • Quando falar, não bloqueie a área à volta da boca;
  • Quando utilizar o quadro ou outros materiais de apoio audiovisual, primeiro exponha os materiais e só depois explique ou vice-versa (ex.: escreva o exercício no quadro ou no caderno e explique depois e não simultaneamente);
  • Repita as questões ou comentários durante as discussões ou conversas e indique (por gestos) quem está a falar, para uma melhor compreensão por parte do aluno;
  • Escreva no quadro ou no caderno do aluno datas e informações importantes, para assegurar que foram entendidas;
  • Durante os exames, o aluno deverá ocupar um lugar na fila da frente para melhor ouvir esclarecimentos do docente. Um pequeno toque no ombro do aluno poderá ser um bom sistema para lhe chamar a atenção, antes de fazer um esclarecimento; 
 
Sugestões para adaptar o ambiente escolar aos portadores de deficiência física


A Secretaria de Educação Especial do MEC - Ministério da Educação sugere:
  • O acesso físico é a preocupação fundamental no que diz respeito a estes estudantes, devido a dificuldades de locomoção ou ao uso de cadeira de rodas. Isto implica a existência de percursos em que o aluno se possa movimentar mais facilmente de uma aula para as outras, ou seja, em que não tenha de se defrontar com barreiras arquitetônicas;
  • Estes estudantes podem eventualmente atrasar-se, ao ir de uma sala para outra, principalmente quando as aulas não são todas no mesmo complexo. Pode também haver a necessidade de fazer alguns ajustes que permitam ao aluno freqüentar aulas laboratoriais;
  • As aulas em laboratórios podem requerer algumas adaptações do material e local de trabalho (altura do balcão, mesa, cadeiras, entre outros). Se puder proporcionar estas modificações, trabalhe diretamente com o aluno para criar um local o mais acessível possível, promovendo a participação dele em todas as tarefas;
  • Na elaboração de viagens de estudo, o aluno deverá assistir à seleção dos locais a visitar e à seleção dos meios de transporte;
  • Sempre que houver muita gente (em corredores, bares, restaurantes) e estiver ajudando um colega em cadeira de rodas, avance a cadeira com prudência; o aluno poder-se-á sentir incomodado se esbarrar em outras pessoas. 
Reprodução: Rede SACI

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